Você sabe o que são Territórios de Inovação?

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Em muitas de nossas ofertas, trabalhamos com o conceito – que se desdobra em metodologia – de Territórios de Inovação. Essa metodologia é utilizada para:  

1) desenhar novos possíveis espaços de atuação para empresas;  

2) definir quais desses espaços de atuação – ou territórios – passarão a fazer parte/integrar a estratégia e o plano de ação do negócio em questão. 

Os territórios são utilizados para comunicar e alinhar os grandes temas de inovação com toda a organização. É uma ferramenta que serve de base para discutir e fazer a gestão dos esforços de inovação em cada tema (distribuição financeira, distribuição de projetos, cestas de inovação e etc.). Além do mais, também funciona como uma interface das grandes tendências de futuro e a estratégia global da organização.  

 

Mas o que são Territórios de Inovação? 

Territórios de Inovação são os possíveis espaços de oportunidade de atuação personalizados e relevantes para cada empresa, podendo estar mais próximos ou mais distantes do core business da organização. São importantes insumos para o Planejamento Estratégico e Estratégia de Inovação, guiando os esforços de inovação de forma clara e bem definida.  

É uma metodologia que auxilia de pequenas a grandes empresas, dos mais variados níveis de maturidade de inovação, a dimensionarem de forma estratégica onde alocar esforços. Assim, essa costuma ser uma das etapas iniciais dos projetos de inovação desenvolvidos pela Inventta, ou uma entrega por si só. Vale ressaltar que esse tipo de metodologia também não depende do setor da empresa e pode ser aplicado para todas que desejam ser protagonistas em inovação.  

Para tangibilizar o conceito, vou usar como exemplo um Território de Inovação da Inventta: em um exercício de ideação, foram identificados oito territórios. Um deles – posteriormente priorizado – foi “Plataformas de Inovação”. A descrição que foi dada a ele era criação/utilização de um sistema digital para gestão de projetos de inovação, com a possibilidade de conexão com consultores Inventta e especialistas.     

Pensando no que seria um possível próximo passo a partir deste Território, foi criado um novo negócio chamado Lab.i, que é um software de gestão da inovação que envolve o acompanhamento de programas de intraempreendedorismo, com trilhas de conhecimento e acompanhamento da Inventta. Para mais detalhes clique aqui

Quais os insumos para construção de territórios?  

 

 1) Visão de Futuro  

A visão de futuro diz respeito ao mapeamento das principais tendências e movimentos de mercado, considerando comportamentos, tecnologias, modelos de negócio e mais. Essas tendências são construídas a partir da leitura de sinais do mercado – exemplos práticos de empresas atuando conforme as tendências apontadas. A partir dessas tendências, são criadas aquilo que chamamos de Grandes Transformações ou Cenários Futuros. Um exemplo de como seria uma Visão de Futuro é o Estudo Agro realizado pelo nosso time.  Você pode acessar o estudo clicando no banner que está no final deste artigo.

Objetivos da Visão de Futuro: 

  • Mapear as principais mudanças as quais o segmento está suscetível;   
  • Identificar o impacto desses movimentos no negócio, no curto, médio e longo prazo; 
  • Apresentar potenciais ameaças, incertezas e oportunidades desses movimentos para a organização; 
  • Destacar movimentos que já estão acontecendo no sentido das tendências. 

Objetivos da Visão de Futuro - Territórios de Inovação

2) Dinâmica com Alta Liderança 

Reunimos a alta gestão para provocar a discussões e geração de ideias. Num primeiro momento, o objetivo é conseguir identificar o maior número de territórios aderentes ao contexto da empresa. E para isso, muito se discute sobre o futuro do setor, o que os competidores estão fazendo, dores internas, projetos e iniciativas já existentes, direcionamentos com base em planejamentos estratégicos passados e até mesmo a vontade e interesse dos membros presentes.  

 

 3) Priorização dos Territórios 

Nem tudo aquilo que é sugerido como um território se adequa ao formato esperado. Se muito amplo, não proporciona direcionamento claro suficiente, e, ao mesmo tempo, se muito restrito, acaba se enquadrando mais como um projeto.  

Ao observar o exemplo de Território da Inventta, podemos perceber que “Plataformas de Inovação” é um espaço de oportunidade nem muito amplo, nem muito restrito. Por exemplo, se o Território fosse “Plataformas”, seria muito vago e não proporcionaria nenhum direcionamento. Ao mesmo tempo, se fosse “Software de Gestão de Projetos de Intraempreendedorismo” seria extremamente específico, limitando o espaço de atuação a um único projeto.  

4) Matriz de Horizontes de Inovação 

Utilizamos a Matriz de Horizontes para melhor visualizar e organizar os Territórios. Em nosso artigo “Como gerenciar seus esforços de inovação?”  descrevemos o funcionamento da matriz e como utilizá-la como ferramenta estratégica.  

Cada território de inovação tem uma natureza específica. Eles exploram: diferentes temporalidades (horizontes de inovação), competências/tecnologias, mercados, níveis de maturidade do tema, e assim por diante. 

Um dos principais fatores para se observar no grupo de territórios identificado é o horizonte temporal em que ele se posiciona. Essa análise é importante para garantir que os temas no radar da organização estejam abordando questões de curto, médio e longo prazo. 

 E como funciona na prática?  

Para tornar mais claro, trouxemos um outro exemplo que permite uma melhor visualização do processo. Suponha que você é o CEO de uma empresa e que você contratou a Inventta para suportar o desenvolvimento de uma Estratégia de Inovação. Chegando na etapa de Territórios, nós realizamos um estudo sobre o futuro do setor da sua empresa e apontamos que uma das principais transformações do mercado é a maior exigência por sustentabilidade 

 A Inventta apresentou uma Visão de Futuro com algumas das principais tendências: 

  •  Investimentos ESG para aumentar a participação de mercado e melhorar a transparência: Independentemente do clima político, espera-se que o AUM (Assets Under Management) sustentável cresça como uma porcentagem do mercado geral, conforme o cenário de investimento se expande e torna-se mais detalhado e definido.  
  •  Avanço das metas climáticas e ênfase na biodiversidade: A COP27 e a COP15 foram encerradas no inverno de 2022, aumentando a responsabilidade pelas metas climáticas e colocando um novo foco. 
  •  Elementos ambientais e humanos que convergem nas cadeias de suprimentos: espera-se que as metas ambiciosas das empresas para reduzir as emissões de carbono coloquem cada vez mais pressão sobre todos os pilares do ESG da gestão da cadeia de suprimentos, desde fatores ambientais até direitos humanos. 
  •  Essas tendências devem ser analisadas a partir de dados, sinais de mercado e com discussões de quais são os impactos e oportunidades que elas podem gerar para o negócio.  

 

Foi sugerido, em um primeiro momento, que houvesse um Território de “Descarbonização”. Conforme a discussão progrediu, também foram apresentados pontos mais específicos, como a vontade de entrar no mercado de troca de carbono e reduzir emissão de gases em alguns processos específicos. Chegaram a sugerir também um Território de “Políticas de Redução de Emissão de Carbono na Fábrica”.  

No momento da Priorização de Territórios, chegou-se à conclusão de que “Descarbonização” era um Território muito amplo, ao mesmo tempo que “Políticas de Redução de Emissão de Carbono na Fábrica” era muito específico. Por fim, foram consolidados dois Territórios: “Processos Produtivos com Redução de Emissão de Gases” e “Carbon Trading”, conforme mostra a imagem abaixo: 

Definimos os territórios, e agora?  

Então, a partir dos territórios levantados, a área de P&D e Inovação agora tem definido quais são os principais temas que estão no radar de seus esforços e os Territórios podem ser utilizados para:  

  • Alinhamento estratégico: Os territórios servem como uma plataforma comum de entendimento e comunicação de quais são os grandes objetivos e ambições do negócio e da inovação. 
  • Gestão do portfólio:  Os territórios auxiliam na análise da distribuição dos esforços (nª de projetos e investimento) em cada uma das frentes priorizadas.  
  • Direcionamento dos esforços: Criam uma diretriz estratégica e um guia para que o time de inovação e P&D foquem o esforço criativo a partir das temáticas dos territórios. 
  • Estratégia de Inovação: Organizam como será a abordagem da empresa em cada um dos territórios e quais os mecanismos de inovação que podem ser utilizados de acordo com a sua natureza. 
  •  Monitoramento das transformações: São plataformas para a consolidação de dados de mercado e novas informações sobre as tendências que compõe o território para auxiliar na tomada de decisão.

 

Por fim, percebemos que os Territórios de Inovação são importantes ferramentas estratégicas das empresas em um mercado em constante mudança. Ao utilizar essa ferramenta, as empresas tem em mãos direcionamento para posicionar estrategicamente os esforços de inovação de acordo com as oportunidades identificadas e priorizadas.

Se você quer saber mais sobre territórios, explore outros artigos no nosso blog e caso tenha alguma dúvida, comente na sessão de comentários! 


[avatar user=”Vitoria Rapello” size=”thumbnail” align=”left” link=”file”]Vitória Rapello é Consultora de Inovação na Inventta[/avatar]

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