Não é só com um evento inovador, um workshop de ideação, com a premiação de ideias dos colaboradores ou qualquer outra ação pontual que uma empresa vai conseguir estruturar a capacidade de inovar de forma consistente e sustentável. Está cada vez mais cristalino para todos que mergulham no tema que para se criar uma cultura e uma capacidade perene de inovar, há que se colocar em prática um amplo modelo de gestão – que engloba um vasto conjunto de ações – por um período de tempo suficiente para consolidar o aprendizado. Entra aqui, o importante papel do comitê de inovação.

Empresas que não aplicam uma abordagem holística para a inovação estão fadadas ao fracasso.

Dentre os principais motivos que levam uma empresa a falhar no seu esforço de inovar, destacam-se:

1. Liderança perdida: desconhecimento da liderança quanto ao seu papel no processo de inovação.
2. Falta de uma estratégia: tentativa de inovar sem um direcionamento claro, uma estratégia, uma visão clara da ambição e das condições de contorno que irão moldar o conjunto de esforços a serem implementados para alcançar os objetivos traçados para a inovação.
3. Carência de um bom modelo de gestão: ausência de um processo bem estabelecido para gerenciar todo esforço inovativo.
4. Dificuldade de customizar esforços: dificuldade de lidar com diferentes tipos de esforço de inovação cada vez mais necessários para inovar no contexto atual, tais como o esforço de P&D, Engenharia, Novos Negócios, Digitalização, etc.
5. Cultura anti-experimentação: apesar do discurso de combater a intolerância ao erro e o baixo apetite ao risco, as atitudes e a força da cultura organizacional anti-inovação fala mais alto e se acaba se impondo.
6. Instabilidade na alocação de budget: inconsistência na alocação de budget para a inovação ao longo do tempo.

A boa notícia é que a importância de visão holística da inovação tem sido percebida cada vez mais para um número maior de empresas, e no período mais recente – talvez impulsionado pelos desafios que a pandemia impôs a todos os negócios – tem chegado a empresas que nem haviam tido tempo de testar iniciativas isoladas de inovação.

Dentre as decisões que ajudam a organizar o esforço inovativo, considero como uma das mais relevantes e estruturantes o estabelecimento de um comitê de inovação. Diferente de quando “tudo ainda era mato” no tema gestão da inovação, momento em que estabelecimento de um comitê era tratado mais como uma opção, hoje estamos convencidos que a existência de um comitê, conselho, comissão ou fórum de inovação, é uma condição indispensável para o sucesso de um bom modelo de gestão da inovação.

Mas qual deve ser o papel de um comitê de inovação?

Primeiramente é importante reconhecer que dentro do macro processo de inovação existem atividades de direcionamento, monitoramento, orquestração e execução. Em linhas gerais, o escopo de atuação de um comitê de inovação navega entre as 3 primeiras atividades. Um outro ponto importante o perfil de pessoas que devem fazer parte desse comitê. Nesse aspecto há mais flexibilidade, entretanto, é comum que haja uma representação de diversas áreas da Cia. e que lideranças estejam presentes.

À luz do framework de gestão da inovação da Inventta, detalhamos abaixo os papéis que enxergamos ser os principais de um Comitê de Inovação:

E a sua organização, tem um comitê de inovação? Compartilhe conosco seus aprendizados sobre o tema.