Quando uma empresa nasce, a densidade do esforço inovador e empreendedor é geralmente alta: além dos sócios fundadores, praticamente todas as funções para as quais há recrutamento envolvem de alguma forma atividades inovadoras. Conforme a organização vai crescendo, sobretudo em sua fase de escala, é comum que haja um recrutamento focado na operação, reduzindo aos poucos a densidade de esforço inovador em relação ao total das atividades das empresas. Mas afinal, como traçar caminhos para disseminar a inovação por toda a organização?
Praticamente toda grande empresa já passou por essa jornada e, hoje, na Inventta observamos um desejo destas empresas de dar um passo atrás na tentativa de reaver de forma descentralizada a energia empreendedora e inovadora que um dia já morou dentro da empresa. Embora o desejo seja grande, a dificuldade também o é: grande parte das empresas enfrentam o desafio de consolidar uma cultura interna de inovação que permita que esforço inovativo seja de fato descentralizado, a fim de aumentar sua densidade interna.
Nos últimos 16 anos temos constantemente observado, discutido e ajudado organizações a enfrentarem esse desafio e identificamos algumas boas práticas de quem vem colhendo frutos nessa jornada, engajando times e direcionando caminhos para que a inovação aconteça no dia a dia da estratégia e operação. Compartilho 3 das que considero mais importantes para esse desafio abaixo:
1) Independente do formato específico do esforço, a boa prática máxima nesse aspecto é que uma cultura de inovação se constrói com atividade concreta e prática, sendo dificilmente transformada apenas com treinamentos e discussões esparsas.
2) Além disso, o envolvimento de todos os níveis da organização no esforço inovativo é fator-chave de sucesso de qualquer modelo, desde a liderança até os times de diferentes áreas, descentralizando a inovação dentro da empresa.
3) Uma terceira boa prática é o reconhecimento dos inovadores internos, em um modelo que valoriza de forma híbrida o esforço e o resultado obtido, gerando o engajamento necessário para que se mantenha o ritmo de execução da inovação.
Uma das iniciativas que têm auxiliado a disseminar o esforço inovativo dentro da organização seguindo as boas práticas mencionadas são os chamados programas internos de inovação. Esses programas envolvem dezenas, centenas ou até milhares de pessoas de dentro da organização em uma jornada orientada à resolução de desafios internos das organizações através de metodologias que exploram diferentes ferramentas de inovação em cada momento distinto do processo criativo.
Por seu caráter orientativo, permitem que pessoas que nunca vivenciaram a inovação de forma concreta consigam gerar ideias e colocá-las em prática em um curto espaço de tempo, viabilizando a disseminação da inovação dentro da empresa.
Dentre os diferentes modelos de programas de inovação, a Inventta aborda dois formatos que se destacam pela sua assertividade e complementaridade: um formato mais concentrado em algumas poucas dezenas de colaboradores selecionados para resolver desafios mais estratégicos da organização através de workshops de inovação e mentoria de especialistas em inovação – modelo que denominamos “Trilha Workshops de Inovação”; e um outro formato com participação massiva dos colaboradores da organização de forma pulverizada, suportado geralmente por uma plataforma digital para gestão das ideias e comunicação com os participantes – modelo que denominamos “Trilha Plataforma Digital”. O chart abaixo ilustra os focos distintos e as principais diferenças entre essas abordagens:
Embora sejam abordagens de fato bem distintas, temos visto empresas explorarem ambas as trilhas de forma simultânea e complementar, direcionando os desafios e oportunidades dos Horizontes 2 e 3 para a trilha Workshops de Inovação, enquanto os desafios e oportunidades do Horizonte 1 são direcionados para a trilha Plataforma Digital.
Dessa forma, explora-se ao mesmo tempo oportunidades em todos os horizontes estratégicos da organização, envolvendo todos os colaboradores no esforço inovativo de forma mais assertiva.
Embora existam diferentes formatos característicos de se fazer inovação corporativa, entendemos na Inventta que não receita para a inovação: empresas que dão um Ctrl C + Ctrl V de modelos de gestão da inovação de outras empresa consideradas benchmarks, sem abertura para ajustes ao seus contextos e culturas próprios, em geral se frustram com os resultados alcançados e acabam minando seus esforços de inovação depois da algum tempo.
Reforçamos, porém, a necessidade de constantemente identificarmos diferentes modelos de inovação explorados com sucesso no mercado a título de inspiração para que cada vez mais organizações se sintam confortáveis em iniciar suas próprias jornadas de aprendizado. E agora, já se sente pronto para traçar os caminhos para disseminar a inovação por toda a sua organização?
Entenda aqui mais detalhes e outros benefícios que o Programa de Inovação da Inventta pode trazer ao seu negócio e faça da inovação uma alavanca estratégica na geração de resultados para a sua companhia.
E você, quais modelos de gestão da inovação já experimentou para tornar a inovação mais descentralizada e disseminada dentro da organização? Compartilhe sua experiência e aprendizado nos comentários para evoluirmos juntos no entendimento dos mecanismos da inovação dentro das organizações.
[avatar user=”Vinicius Scarpa” size=”thumbnail” align=”left” link=”file”]Vinicius Scarpa é CEO da Inventta[/avatar]