Tudo mudou, a preocupação hoje está presente em todas as camadas da população: governantes tentando conter uma pandemia, sistema de saúde sobrecarregado, grandes empresas com dificuldade em manter seu funcionamento, pequenos negócios fechando, população enclausurada. As transformações serão profundas e todas as representações que estão passando por este cenário vão buscar construir mecanismos que evitem esse tipo de sofrimento.
Uma das saídas possíveis frente às iminentes incertezas é a busca por entender os cenários futuros e como ele muda o jogo empresarial. Na Inventta já fizemos inúmeros projetos de cenários e territórios, ajudando grandes corporações a transitar e construir rotas vencedoras para futuros em constante mudança.
Outra saída – que quando trabalhada em conjunto com a primeira apresenta resultados positivos – é a de buscar adaptação rápida às mudanças de cenários, ou seja, desenvolver e colocar em prática soluções que tornem a empresa capaz de atender a novas necessidades de maneira rápida, gerando oportunidades e rotas efetivas de crescimento. Mas, em um cenário incerto, muitas das soluções desenvolvidas vão falhar, por isso é preciso testar e validar estas soluções de maneira eficaz e em alto volume. Errar muito, neste caso, significa aumentar as chances de acertar, consumindo menos recursos. Já apresentamos algumas ferramentas e processos que ajudam no processo de validação de novas ideias e soluções, neste artigo vamos explorar reflexões para tornar esse processo parte do modus operandi da corporação.
Mantenha a curiosidade exacerbada
Quanto mais a organização vivencia uma realidade, um mercado ou o relacionamento com um perfil de cliente, mais especialista ela se torna. A construção e embasamento de algumas verdades e certezas começam a permear todos os níveis hierárquicos. Por um lado isso gera confiança para a execução das rotinas, por outro, corrói o viés de experimentação e as oportunidades de inovações simplesmente não chegam a existir. Em um cenário de incertezas e de transformação, é necessário despertar o espírito desbravador e curioso da organização, isso parte das lideranças e deve ser incorporado por todos.
Ofereça Ferramentas
Um dos desafios para incentivar adaptações e geração de ideias corporativas é a barreira do conhecimento: compreender por onde começar e qual processo seguir.
Existem ferramentas, frameworks, metodologias e processos já amplamente explorados e comprovadamente funcionais para desenvolver e validar ideias. Oferecer suporte, cursos e capacitações em alguns deles para a equipe pode ser uma maneira de gerar engajamento e vencer estas barreiras.
Dentro das ferramentas, vale ressaltar as plataformas digitais de inovação e de incentivo a geração de ideias. Já para os processos existem os programas estruturados de inovação corporativa e os programas de inovação aberta.
Construa um ambiente incentivador
O medo de errar é um bloqueador e, apesar de já ser amplamente discutido quando o assunto é inovação, sempre vale ressaltar que ele não deve ser punido, mas deve ser amplamente explorado a fim de buscar aprendizados relevantes. Outro ponto é o incentivo à geração de ideias, teste e contestações por todos os níveis hierárquicos. A organização deve estar preparada para que insights surjam e sejam capturados. Portanto, alavancas formais devem ser necessariamente desenvolvidas e disponibilizadas como, por exemplo, tempo disponível para dedicação à desenvolvimento e teste de novas ideias.
Demonstre e valorize os resultados
A captura e o apontamento de resultados das adaptações criadas são necessários para a manutenção saudável, longevidade e sustentação deste tipo de iniciativa. Boas descobertas e aprendizados devem ser apontados publicamente assim como boas adaptações devem ser implementadas rapidamente, como o caso da Superquadra Jundu.
Quando possível, além do reconhecimento público por boas soluções ou descobertas, estabeleça premiações para as mesmas.
Institucionalize o processo
Como uma boa política comercial funcional, os ritos, processos e regras devem estar institucionalizados, devem fazer parte formalmente da rotina das equipes e devem ser incentivados pela liderança e suportados pelo modelo de governança. Desde sua inclusão formal no direcionamento estratégico da empresa, passando pelo estabelecimento de sistemas de reuniões, pela definição e acompanhamento de indicadores específicos e outras variáveis específicas do modelo de gestão da sua organização.
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O tema não se esgota neste artigo, mas estas reflexões podem apoiar o surgimento de uma organização capaz de se adaptar para momentos de incerteza e imprevisibilidade, gerando movimentos mais rápidos e capazes de posicionar a empresa de maneira diferenciada e capturar o valor em jogo com mais eficiência.