Artigo escrito por: Juliano Cortez – COO da Inventta
Hoje, muito se tem falado sobre a Inovação Corporativa permeando toda a estrutura do negócio. Representada em todos os departamentos e apoiada muito mais por uma cultura e maneira de pensar de todo o coletivo do que propriamente por uma área ou algumas pessoas. Sem a intenção de contestar essa perspectiva, ao contrário, respaldando a ideia de que a inovação prospera quando a competência está difundida e enraizada na organização. Destaco, assim, a relevância da área de P&D.
A proposta deste texto é provocar um olhar sobre o P&D como parte e alavanca estratégica para o sucesso e a perenidade do negócio, abordagem que sempre trazemos para nossos projetos de Roadmap e Estratégia de Inovação.
Desafios Estratégicos do P&D: Conectando Inovação e Objetivos de Negócios
Diferente de outras áreas, o P&D tem como atribuição principal inovar. Na prática, ele existe com este objetivo por si só e isso pode ser um problema. Pois mesmo assumindo um caráter fundamental para vários negócios, por muitas vezes os objetivos da área de P&D não ficam diretamente conectados a estratégia do negócio. Isso é muito comum, dada a dicotomia entre longo e curto prazo.
Esse cenário cria dificuldades e acaba por desacreditar o aspecto estratégico da área. Assim, muitas vezes relegando a mesma a um papel de laboratório de testes aleatórios que dependem mais da sorte e brilhante competência de algumas pessoas, do que de intenção e esforços estruturados para ter sucesso como componente do motor estratégico do negócio.
Confira Também: Cultura da Inovação: um líder inspirador faz toda a diferença.
O P&D com aderência estratégica
Projetos de inovação, pesquisa e desenvolvimento e tecnologias podem, no mínimo, funcionar como grandes habilitadores para novos modelos de negócios. Além disso, alavanca a conquista de novos mercados, desenvolvimento de novos serviços e produtos e ainda podem criar barreiras de proteção. Às vezes, pode até derrubar barreiras criadas por competidores.
O ponto é que, quando bem alinhado às estratégias do negócio, tanto as de curto quanto as de longo prazo, o P&D é um grande ativo estratégico.
Mas então, como conectar as iniciativas de P&D à estratégia em um cenário onde as lideranças são cobradas por apresentar resultados a cada trimestre e os horizontes de tempo mais longos estão cada vez mais nublados? Vamos falar do P&D Estratégico!
Na visão da Inventta, considerando nossa vasta experiência em projetos realizados junto às áreas de P&D das maiores empresas do país, existem algumas etapas essenciais a serem consideradas:
Mapear e entender os grandes objetivos do negócio:
É fundamental iniciar qualquer trabalho de planejamento de inovação entendendo para onde os direcionadores do negócio apontam e quais são os grandes objetivos estratégicos.
Assim, eles acabam por direcionar uma parte relevante do trabalho da organização e não poderia ser diferente com os projetos de inovação. Essa questão é mais importante em questões de curto e médio prazo.
Ou seja, a melhor maneira de fazer isso é extraindo direto da fonte, ou seja, alinhando com a liderança do negócio;
Considerar as oportunidades e ameaças futuras:
Mapear as grandes tendências futuras e entender seus possíveis impactos para o negócio ajuda a tornar mais claros os temas de inovação que podem estar distantes do core business.
Utilizamos técnicas de construção de cenários futuros para tornar esses temas mais tangíveis, caso se tornem reais. É importante não trabalhar com apenas um cenário futuro, pois certamente ele estará errado. O objetivo não é “acertar na mosca” como será o futuro, mas conseguir se preparar para possíveis acontecimentos que podem colocar o negócio em cheque ou criar grandes oportunidades de crescimento;
Definir os territórios de inovação (Where to play):
Com o entendimento dos objetivos estratégicos e das possíveis oportunidades e ameaças futuras, os territórios de inovação acabam se tornando mais claros.
Nesse sentido, estes territórios nada mais são do que espaços de mercado que potencializam oportunidades ou mitigam ameaças mapeadas, são escolhidos de maneira intencional e estrategicamente para direcionar os esforços do P&D;
Mapear Rotas de inovação (How to win):
A partir da escolha dos territórios de inovação, chega o momento de escolher os caminhos que nos levam do ponto onde estamos para o ponto onde queremos chegar.
Aqui é importante mapear e entender as possíveis iniciativas e tecnologias com as quais iremos trabalhar, quais estão mais próximas e acessíveis, quais podem criar problemas e como podemos navegar por elas;
Confira também: Os elementos-chave de uma boa estratégia de inovação.
Desenvolver competências e parceiros:
Depois de definir os territórios e mapear as rotas é preciso entender quais são as competências necessárias para percorrermos nossas rotas de inovação, se elas já existem no negócio. E, se ainda não existem, se é melhor desenvolvê-las internamente ou externamente, se existem parceiros no mercado para isso e como podemos então atuar juntos, por meio de quais formatos.
Por fim, quando conseguimos percorrer essas etapas a conexão entre a área de P&D e estratégia do negócio acaba por acontecer de maneira natural.
Isso faz com que os objetivos da organização e da área fiquem muito mais alinhados e os projetos, além de muito mais fáceis de direcionar, ganham relevância junto à liderança.
Desse modo, ao criar roadmaps e estratégias de inovação, é crucial pensar em alavancas para atingir objetivos estratégicos de curto, médio e longo prazos, próximos ou distantes do core business.
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