Já falamos anteriormente do por que testar uma solução antes de lançar (link) e nele já começamos a explicar um pouco sobre MVP, mas agora vamos ir ainda mais fundo no o que e ,em especial, no como!
MVP ou em português Mínimo Produto Viável é uma versão do seu produto com o menor esforço e o menor tempo de desenvolvimento possível que possibilita um ciclo de construção, medição e aprendizagem.
Um dos principais pontos é que o MVP precisa entregar valor real para o público-alvo dessa forma ele precisa atender a carência principal do seu cliente para que você possa realmente avaliar suas hipóteses, então sua principal função é aprender a respeito do seu produto e/ou serviço.
Esse ciclo de construção, medição e aprendizagem precisa ser iterativo e guiado focando no valor que está sendo entregue, então ao longo do processo as incertezas precisam ser minimizadas criando mais confiança na ideia . Mas antes de começarmos a falar de como fazer, vamos entender o que não é um MVP:
- Primeira versão de um produto completo ou Piloto:
Não adianta criar todo o produto, serviço e estrutura necessária para rodar sem ter avaliado as hipóteses, pois pode correr o risco de investir recursos demais e não ter retorno. Novamente agilidade e aprendizado é fundamental então se atente ao extremamente necessário.
- Um produto de baixa qualidade ou que não resolva o principal problema:
Isso é o que chamamos de “falsa negativa”, que é quando você tem uma resposta que invalida suas hipóteses ou, em caso mais grave, suas ideias simplesmente por não ter feito o teste certo ou ter entregado algo que não resolvia o problema do cliente, afinal algo ruim ninguém vai usar ou aprovar. - Mockups:
Esse não é o momento de dizer vamos desenvolver um app, vamos fazer um produto mais gostoso ou algo similar, é o momento de ter algo palpável e real que entregue valor. Como por exemplo, não é o momento de ter uma apresentação falando qual serão as telas do site, mas sim ter um site com as telas essenciais ou pelo menos a landpage.
Dessa forma nos colocamos no lugar do Henry Ford quando teve a ideia de locomover mais rápido as pessoas e criou o carro, a figura a seguir mostra bem o que seria um MVP dessa ideia.
Como fazer um MVP?
Primeiro de tudo é importante ressaltar que não se pega uma ideia que teve no banho e transforma em MVP é preciso entender o problema, conversar com as pessoas que têm o problema, conversar com os especialistas e público alvo, fazer ideações e só depois de filtrar as ideias que realmente atendam a principal carência do seu cliente se faz um MVP. Então depois de ter feito tudo isso vamos aprender como fazer em 7 passos.
Passo 1 – Modelo de gestão do MVP.
É importante entender que o aprendizado precisa ser de forma rápida e cíclica, então a recomenda se utilizar de metodologias ágeis como por exemplo o scrum que permite criar um lista de tarefas e através de ciclos curtos (sprints) testar as hipóteses e sempre checar para saber se foi validado, qual próxima hipótese a validar e quais foram os aprendizados do ciclo anterior. Mas qualquer método que permita o ciclo de aprendizado a seguir pode ser utilizado.
Passo 2 – Definir para quem.
Identificar o público-alvo listando quem o MVP pretende alcançar ou seja quem são as pessoas que irão te responder se sua ideia funciona ou não, se você está resolvendo a dor ou só sendo paliativo. Na prática se você fez todo processo para ter a ideia isso já foi desenvolvido na etapa de entrevistas para identificar dores que precisam ser sanadas, agora é hora de retornar a essas pessoas o seu produto e/ou serviço.
Passo 3 – Definir que perguntas precisa responder.
Talvez até mais importante que propriamente criar o MVP é saber porque estamos criando ele, antes de tudo é importante saber quais aprendizados gostaríamos de ter e quais hipóteses serão testadas e ao criar as hipóteses essas precisam ser testáveis e distintas afinal uma hipótese que engloba dois fatores pode validar de maneira errônea um desses fatores. Nesse momento é importante se perguntar a respeito de alguns pontos chaves dentre eles:
- Desejabilidade:
Criar hipóteses que com as respostas possamos certificar se as pessoas querem nosso produto, se irão utilizar e desprender tempo para isso e se pagarão por ele
- Viabilidade Técnica:
Nesse momento precisamos entender se teremos escala para o que oferecemos e não estamos propondo algo inalcançável no momento.
- Viabilidade econômica:
Conseguimos gerar resultados positivos e sustentar esse negócio.
Passo 4 – Just do it.
Finalmente vamos criar nosso MVP e transformar a ideia em ação, tendo os três primeiros passos definidos é preciso pensar na seguinte questão: como conseguimos atingir o público alvo a fim de validar nossas hipóteses de maneira iterativa em um ciclo de aprendizado?
A pergunta é complexa mas essa é a parte principal então não seria simples de fazer e é nesse momento em que precisamos gerar valor para nossos publico alvo e existem várias maneiras de passar esse valor, pode ser utilizando um landing page ou um vídeo explicativo mostrando o produto e com um formulário de interesse do produto, pode ser um financiamento coletivo para começar a criar determinado produto, uma maquete de papelão e fita que cumpra a função desejada e resolva a dor do cliente.
Um exemplo que tivemos internamente se tratava de um cliente que tinha a ideia de criar um chatbot para interagir com seus clientes de forma rápida e escalável.
Passo 5 – To do.
Nesse passo o importante é definir o que será feito de forma prática, descer da ideia geral para o operacional mas de forma estratégica, agora precisamos pensar em todas as hipóteses que temos e como vamos validar cada uma delas com nossas tarefas. Aqui terá “escrever texto”, “publicar no facebook” , “avaliar métricas do site” e etc.
Priorização será fundamental, então temos uma matriz para ajudar na escolha da ordem de tarefas e consequentemente quais hipóteses a serem testadas.
Passo 6 – Recursos
De maneira simples e direta é pensar nos cinco passos anteriores e pensar no tempo, nos parceiros envolvidos, na equipe e no orçamento necessário para execução do MVP.
Passo 7 – Colha feedbacks, avalie e replaneje.
Não tenhamos medo das negativas, das críticas e dos “nãos” esses aspectos são presentes preciosos que podemos ter, afinal fazer isso virar um produto final faria com que gastássemos muito mais recursos e sem retorno, então verificar as métricas e se possível conversar com as pessoas que tiveram contato com seu produto e/ou serviço é importante no processo de aprendizado, tenha empatia e ouça atentamente para saber se seu cliente realmente vê valor no que está propondo.
Depois disso é importante conversar com a equipe, validar a hipótese, pivotar, refazer e replanejar se necessário, sempre de maneira a usar os aprendizados de um ciclo para fazer o próximo ainda melhor e validar novas hipóteses.
Executando os sete passos acima teremos uma respostas a respeito do MVP, em caso de negativa descartar a ideia é vital para que possamos testar outras ideias e criar algo mais assertivo mas em caso de comprovação clara de que o MVP trouxe valor ao público alvo e as hipóteses principais foram validadas diminuindo os risco e incertezas é o momento de começarmos a dar próximos passos, desenvolver, embelezar e profissionalizar nosso produto e serviço.
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[avatar user=”Renato Crespan” size=”thumbnail” align=”left” link=”file”]Renato Crespan é consultor de inovação na Inventta.[/avatar]