No último dia 20 de julho, a Inventta promoveu um encontro para falar sobre dois assuntos que caminham juntos: inovação e ESG. Representando o nosso time, Henrique Monteiro, Gerente de Projetos de Estratégia e Inovação, e Mariana Triveloni, Líder da Avantti – Plataforma de Gestão da Inovação da Inventta, lideraram o evento.
Nossas convidadas foram Jéssica Cosa, Especialista em Diversidade e Inclusão – ESG no Grupo Boticário, e Isabella Martim, Consultora de Inovação na Votorantim Cimentos. Ambas compartilharam com o público dois cases de sucesso conectados à temática do encontro. Foi uma tarde, primordialmente, de muito conteúdo relevante, especialmente para aqueles que ainda têm dúvidas sobre como aplicar o ESG no dia a dia.
E se você ficou de fora dessa grande oportunidade, preparamos um compilado do que rolou no evento ESG e estratégia: alavancando inovação no dia a dia.
Não é mais questão de futuro, já é nosso presente
Henrique Monteiro abriu o evento com dados que promoveram a reflexão sobre a importância do ESG. Além disso, ele ressaltou que o ESG é fundamental nas decisões empresariais e políticas públicas. Henrique lembrou, também, que estamos cercados de notícias preocupantes e destacou que problemas ambientais já estão presentes em nossa realidade, citando os eventos no Sul do país como exemplo.
As práticas ESG são a esperança para enfrentar esses desafios. “A economia verde é um caminho sem volta”, afirmou, enfatizando que essa preocupação se traduz em metas e ações das organizações.
O Gerente de Projetos de Inovação e Estratégia da Inventta, então, apresentou o impacto do ESG em três perspectivas:
- Do negócio para fora: Quais temas são inviáveis sem uma agenda ESG? As ações de ESG das empresas começam a se tornar elementos que direcionam investimentos, atração de talentos, capacidade de competição global e etc.
- Da perspectiva da sociedade: A população, especialmente as novas gerações, toma decisões baseadas na autenticidade das empresas.
- Do negócio para dentro: Considerar a comunidade local nas decisões empresariais, pois agora percebem o complexo sistema que estão inseridas e a sua co-dependência de todas as dimensões da sociedade.
Essas perspectivas demonstram como a inovação e o ESG estão interligados e são essenciais para o futuro sustentável das empresas e da sociedade.
A evolução do ESG
Henrique destacou que o ESG é essencial para construir futuros mais positivos. Ele explicou que a temática ESG evoluiu ao longo do tempo: inicialmente, compreendemos o impacto das ações humanas no planeta. Depois, desenvolvemos estratégias para mitigar esse impacto, como o Protocolo de Kyoto. Posteriormente, explorando planos táticos e métricas claras dos impactos das empresas.
Atualmente, estamos focados em métricas e acompanhamento dos resultados das práticas ESG.
Henrique ressaltou que, hoje, é crucial integrar ESG no cotidiano empresarial. Ele também apresentou dados sobre o comportamento dos consumidores:
- 85% estão dispostos a repensar seus hábitos para enfrentar as mudanças climáticas.
- 76% afirmam que deixarão de comprar de empresas que prejudicam o meio ambiente, funcionários ou comunidades.
- 58% buscam consumir menos.
Esses números mostram que os consumidores preferem empresas que praticam ESG, e o mercado futuro depende disso.
O desafio do ESG nos negócios
Para finalizar sua apresentação, Henrique destacou que o grande desafio do ESG é a interconexão e visão sistêmica de todos os aspectos de um negócio e inclusive de toda a sua cadeia de valor.
Por exemplo, a produção de embalagens deve considerar todos os pilares do ESG. Ele enfatizou que o ESG permite aprender com o passado, ouvir o presente e construir o futuro desejado. “Estamos no momento de compensar os débitos do passado e construir créditos para o futuro. ESG e inovação estão totalmente conectados, pois as empresas precisam desenvolver produtos, serviços e tecnologias que gerem impactos positivos em toda a cadeia de valor”, afirmou Henrique.
Compensar os débitos do passado significa trabalhar para regenerar nosso planeta, um desafio global. As estratégias de negócios devem incorporar os pilares ESG de forma transversal, integrando-os em toda a operação. Na inovação, projetos conectados ao ESG serão extremamente relevantes e impactantes.
Inovação e ESG no Grupo Boticário: Diversidade e Inclusão
“A gente faz beleza. E, através dela, nós criamos oportunidades para transformar a vida das pessoas e o mundo ao nosso redor. Esse é o nosso propósito”
Jéssica, responsável pela área de Diversidade e Inclusão do Grupo Boticário, destacou o legado dessa abordagem desde o início de sua apresentação. Ela usou audiodescrição e compartilhou um case desenvolvido com a Inventta.
Jéssica apresentou os produtos desenvolvidos por meio do projeto, mostrando como inovação e ESG se complementam. A estratégia ESG do Grupo Boticário está alinhada com os objetivos da ONU e os ODSs, integrando diversidade e inclusão como diretrizes centrais.
Ela enfatizou que o compromisso do grupo com a sociedade é valorizar a diversidade. “Nosso objetivo é oferecer cada vez mais produtos inclusivos, considerando as necessidades da população brasileira”, disse Jéssica.
A profissional destacou dados sobre a população brasileira: 56% são pretos ou pardos, 51% são mulheres, 12% se identificam como LGBTQIA+, 8,9% têm algum tipo de deficiência, e 34,4% têm 45 anos ou mais.
O projeto Desconstrução, em parceria com a Inventta, visou identificar as necessidades desses grupos. Foram realizadas entrevistas etnográfica em profundidade com usuários, profissionais de beleza, influenciadores e especialistas setoriais em três regiões do país, durante seis meses. Como resultado, o Grupo Boticário realizou uma governança abrangente do portfólio de produtos. “Visitamos lojas, identificamos cinco principais atributos nos produtos e os classificamos para compreender as oportunidades de inclusão. Agora, esses atributos auzxiliam no processo de produto, estratégias de comunicação e até no direcionamento estratégico dos esforços de P&D, explicou Jéssica.
Jéssica finalizou destacando a necessidade de comprometimento, visão sistêmica, plano de ação e governança eficaz para monitorar e garantir metas e resultados. Esse projeto exemplifica como inovação e ESG caminham juntos.
Como a Avantti ajudou a Votorantim Cimentos a unir inovação e ESG?
No evento, Mariana Triveloni levantou uma questão crucial: como aplicar inovação no dia a dia após definir uma estratégia? “Para a estratégia funcionar, ela precisa não apenas de pessoas, mas também de uma estrutura sólida. A plataforma de inovação da Inventta, a Avantti, mostra claramente que envolver os colaboradores é essencial”, afirmou Mariana.
Além disso, Mariana explicou que a Votorantim Cimentos definiu seus pilares para 2030, com dois deles integrando o ESG de forma transversal, enfatizando a importância do tema para a empresa.
Para aplicar a estratégia no cotidiano, a Votorantim Cimentos estudou as 39 práticas de inovação mapeadas no estudo de Gestão da Inovação.
Isso resultou, assim, na criação da estratégia Inova VC, com pilares de governança e ferramentas necessárias para sua implementação diária.
Posteriormente, Mariana convidou Isabella Martim, Consultora de Inovação na Votorantim Cimentos, para compartilhar como as ferramentas e iniciativas de inovação da empresa trazem os compromissos de ESG para o dia a dia da companhia.
Inovação e ESG na Votorantim Cimentos
Para encerrar o segmento do evento sobre ESG e estratégia, Isabella da Votorantim Cimentos tomou a frente para sua apresentação. Além disso, ela destacou a posição global da empresa no setor de materiais de construção e sua integração vertical, mencionando iniciativas como expansão logística e coprocessamento, além do lançamento de um marketplace originado do funil de inovação.
Isabella também compartilhou a definição de inovação da empresa, enfatizando a busca por novas ideias, processos e tecnologias que agreguem valor e moldem o futuro. Além disso, a Votorantim Cimentos adota uma abordagem estruturada para promover a inovação, focada em governança, estratégia, parcerias e investimentos.
A empresa identificou, portanto, macrotendências globais em competitividade, descarbonização, evolução de ecossistemas de vendas e novos produtos, e está implementando iniciativas através da plataforma Avantti, focada não apenas na captação de ideias, mas também na gestão de projetos e no engajamento cultural. Esse processo resultou, consequentemente, em um aumento significativo na adesão e interação dos colaboradores, culminando não só em eventos participativos, mas também impactantes.
“Nesses dois anos, assim sendo, mudamos muito a forma de tratar a inovação na Votorantim Cimentos. Com todo esse aprendizado, chegamos, portanto, a cinco grandes dicas que vamos compartilhar com vocês ”, disse Isabela durante o encontro. E estas dicas estão aqui, portanto, compartilhadas com você também!
- Comece fazendo um diagnóstico do status de inovação da sua companhia;
- Defina, esclareça e comunique o conceito de inovação para a companhia de forma geral;
- Desenhe e aplique governança e processos, além de mapear ferramentas que as habilitem;
- Mapeadas as ferramentas necessárias, desenvolva, teste e aplique-as (esse processo deve ser contínuo e não estático);
- Finalmente, sempre pense como facilitar a vida dos colaboradores. Isso envolve ter menos burocracias e mais ambientes user friendly.
Perguntas e respostas
Para finalizar o encontro, os apresentadores abriram para o momento de perguntas e respostas. Portanto, selecionamos uma das dúvidas para compartilhar também com você!
Gustavo, da Corteva, empresa do agronegócio, questionou os speakers sobre quais são as melhores práticas de reconhecimento para funcionários e, além disso, de integração de fornecedores na cadeia de suprimentos.
Mariana Triveloni respondeu à dúvida. Ela começou comentando o seguinte: “Quando iniciamos um processo de inovação, fazemos um diagnóstico para entender como a empresa atualmente reconhece seus funcionários”.
Mariana complementou, contudo, sobre a importância de alinhar as ferramentas de reconhecimento com a cultura, o orçamento e a disponibilidade de tempo. Algumas práticas de reconhecimento incluem:
- Dedicação de horas semanais à inovação, sem custo adicional para a empresa.
- Visibilidade para a liderança, como almoços com o CEO para os funcionários que tiveram ideias selecionadas.
- Oferecimento de cursos de inovação ou bonificações financeiras.
Por fim, para integrar fornecedores na cadeia de suprimentos, é essencial ouvir tanto o público interno quanto os fornecedores. Isso pode ser feito através de programas de colaboração que incentivem sugestões e melhorias contínuas, promovendo um ambiente de inovação conjunta.
Chegamos ao final desta leitura! Então, agora que você conferiu um compilado do que rolou em nosso evento que tratou sobre inovação e ESG, aproveite também para baixar o material do encontro.