Inovação e Diversidade são intrínsecas, mas como conectá-las?

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Como você, que acompanham nosso blog sabe, a velocidade das mudanças com que o mundo nos desafia exige respostas cada vez mais rápidas das empresas para se adaptarem e sobreviverem a esse contexto de constante mutação – e a pandemia é a prova mais viva dessa máxima que vivemos: quem se adaptou rapidamente a essa nova conjuntura e abraçou de vez a digitalização, garantiu sobrevida ao negócio. Mas para além dos avanços tecnológicos e processuais que são comumente associados à inovação, inovar não se trata apenas disso. A cultura organizacional também é uma alavanca importantíssima para que uma empresa esteja sempre a frente do seu tempo e das suas concorrentes. E por isso, a Inovação e a Diversidade são intrínsecas, mas precisam estar conectadas.

 

Hoje não podemos deixar de falar sobre políticas de diversidade e inclusão dentro das companhias se queremos uma cultura organizacional inovadora e paradigmática. Trazer colaboradores de grupos minoritários e identitários (mulheres, negros, LGBTQIA+, idosos, PCD etc) para dentro das empresas tem inúmeros benefícios que serão pautados mais adiante, mas é importante enfatizar que essa é uma mudança que precisa ser real, mais incremental, mais estrutural dentro da organização e não apenas aproveitadas de maneira superficial para efeitos de marketing da companhia.

 

É claro que estratégias de marketing que exploram a diversidade são benéficas no sentido de trazer mais visibilidade e representatividade para os grupos minoritários e promover a identificação desses grupos com a marca da companhia. Porém é necessário que políticas de diversidade não fiquem apenas na fachada para o público. É preciso internalizar a inclusão, ser transparente e dar coerência à imagem da empresa, entre o que é visto interna e externamente. Se não houver coesão no posicionamento entre discurso e prática, a reputação da empresa certamente será prejudicada.

 

Ao se adotar uma política eficiente de diversidade, trazendo pessoas com diferentes experiências e vivências para dentro da empresa, aumenta-se as chances de ter ideias novas, distintas, inovadoras, fruto da complexa e ampla bagagem cultural que um time diverso possui. Uma vez que ideias criativas e inovadoras são vantagens competitivas, logo a diversidade pode ser uma alavanca de lucratividade e geração de valor para o negócio.

 

Se bem implementada, a diversidade pode, além de gerar valor, promover uma relação mais autêntica, engajada e de confiança, tanto entre os colaboradores, quanto entre os potenciais consumidores/clientes em relação ao negócio. Pode fidelizar e ampliar ainda mais sua rede de seguidores.

 

Muitos creem que aumentar a diversidade de colaboradores na empresa, por si só, vá automaticamente aumentar a eficácia do negócio. Essa é uma crença equivocada pois o que realmente surte efeito é a maneira como uma organização aproveita essa diversidade e se está disposta a remodelar sua estrutura de poder. Veja alguns pontos de atenção que devem ser levados em conta para quem quer criar uma política de inclusão assertiva:

 

 

 

Flexibilize as exigências de recrutamento

Para ter um time diverso, é preciso flexibilizar algumas exigências na hora do recrutamento. Considere o contexto de desigualdade em que vivemos no Brasil e amenize alguns requisitos para atrair talentos diversos, dando oportunidades para que pessoas aprendam e se desenvolvam dentro da organização. Por exemplo, hoje muitas empresas grandes como a Google não exigem mais proficiência avançada em inglês, gerando oportunidades para que essa habilidade seja desenvolvida dentro da própria empresa.

 

Construa confiança

Uma das principais tarefas dos gestores é construir confiança criando um local de trabalho onde as pessoas se sintam seguras para se expressar livremente. Isso requer estabelecer um discurso honesto e ficar confortável com a vulnerabilidade – a própria e a dos outros.

Por exemplo, em casos que envolvem injustiça social e racial, os gestores devem se colocar numa posição de acolhimento, oferecer suporte, expor sua vulnerabilidade, no sentido de dar segurança emocional aos colaboradores pessoalmente atingidos ao invés de manter o silencio em seu lugar de privilégio e autoproteção. É preciso mostrar que a organização se importa e suporta seus colaboradores com sinceridade e ações efetivas de apoio quando mais necessitam.

 

Aja ativamente contra a discriminação e a subordinação

É essencial tomar medidas concretas para combater as formas de discriminação e subordinação que inibem a capacidade dos colaboradores de crescerem e mostrarem todo o seu potencial. Essa ação exige aprendizagem individual e coletiva com o objetivo de produzir mudanças sistêmicas. O papel da liderança é fundamental nessa questão, pois ele inspira muitos colaboradores. Um primeiro passo para os líderes é aprender como os sistemas de privilégio e opressão – racismo, sexismo, etnocentrismo, classismo, heterossexismo etc – operam na cultura mais ampla; depois, deve-se investigar quais crenças, padrões comportamentais e processos internos da empresa reproduzem sistematicamente a lógica opressora que impedem o desenvolvimento igualitário de seus colaboradores para, então, solucioná-los.

 

Respeite as necessidades específicas do colaborador

Ao trabalhar com pessoas diversas, as necessidades e demandas que cada um tem também são. Se atente a elas ofereça suporte para que ela consiga desempenhar suas atividades sem deixar de atender às suas necessidades mais básicas. Por exemplo, uma mãe pode precisar de mais flexibilidade com o horário e a dinâmica de trabalho para conseguir lidar com a dupla jornada. Seja compreensível e adaptável tendo essas especificidades em mente.

 

Traga diversidade na liderança

Colaboradores veem na liderança uma fonte de inspiração e um modelo a se seguir. É aí que mora a importância de ter lideranças diversas: permite que haja mais identificação entre os colaboradores e prova que todos tem a capacidade chegar até os mais altos cargos da companhia e liderar. Isso aumenta o engajamento e o comprometimento do colaborador pois ele vislumbra as oportunidades de progredir na carreira.

 

Fazer da diversidade uma das missões da empresa pode ser bastante desafiador, pois implantar mudanças na cultura organizacional requer esforço, resiliência e colaboração. Mas se a organização tem como objetivo ter a inovação como um de seus motores, a questão da inclusão não pode ficar de fora. Para além dos benefícios de geração de valor ao negócio, políticas de diversidade também geram impactos positivos na sociedade pois colabora com a promoção da justiça social, diminuindo desigualdades e validando a diferença como um dos pilares para o desenvolvimento da humanidade.

 

Agora conte-nos um pouco mais sobre sua experiência: sua empresa adota políticas de diversidade? Se sim, como foi ou está sendo esse processo? Quais são as principais dificuldades? Compartilhe conosco sua visão e vivência no assunto.

 

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