Muito difundida no meio da inovação nos últimos anos, a metodologia ágil torna os processos mais simples e dinâmicos, da concepção da ideia até o produto finalizado. Além disso, ela consiste em um conjunto de práticas para gestão de projetos, buscando mais rapidez, eficiência e flexibilidade. Por meio da rodagem de ciclos de ideação e testes mais curtos e recorrentes (normalmente de uma ou duas semanas), busca-se validar ideias sobre o produto ou solução com baixo investimento.
Há diversas formas criativas e diferentes de realizar esses testes de validação. Por isso, reunimos, aqui na Inventta, um documento com 18 Padrões de experimentação de negócios ou produtos. Eles podem ser utilizados pelas áreas de inovação das empresas para validar novas ideias junto ao mercado.
Aqui, a ideia central é que o time responsável pela validação se afaste da abordagem de inovação padrão usada nas empresas – normalmente mais pesada e lenta – em direção a uma abordagem enxuta e com recursos otimizados. Assim, os aprendizados em testes com usuários eliminam o risco de que se esteja propondo algo sem valor. Portanto, podemos estruturar esses ciclos de testes ágeis em três “questões guia”:
1. FOCO: O que você procura validar?
Nessa etapa, devemos definir claramente o desafio e em que estágio do processo de inovação em que estamos. É necessário validar o problema? A solução desse problema? O modelo de negócios? Ou o modelo de receita? Entender qual a resposta que buscamos responder é o primeiro passo para um bom processo de validação.
2. SUPOSIÇÕES: Quais as hipóteses e suposições mais críticas a serem testadas?
Definida a questão foco do processo, é hora de mapear as suposições que temos em mãos. A base dos testes será elas, e alguém pode validá-las ou não. Vale ressaltar que um bom processo de experimentação inclui a possibilidade de que o resultado seja uma hipótese invalidada. E faz parte! Um “não” também é uma resposta para os nossos testes e, muitas vezes, acaba sendo mais importante do que um “sim”.
3. EXPERIMENTOS: Como iremos testar essas hipóteses?
Uma vez definido o foco do experimento e as hipóteses a serem validadas, é hora de colocar a mão na massa e definir quais os experimentos mais adequados para testar e (in) validar tais ideias. Nessa fase, é importante definir o método e o público-alvo do experimento, e verificar se as escolhas são coerentes com a validação do problema.
A seguir, vamos apresentar três exemplos de Padrões de experimentos, e você pode encontrar outros 15 exemplos baixando nosso material através do link. Além da explicação teórica sobre os padrões de experimentação, trazemos exemplos reais de empresas ao redor do globo para auxiliar na sua compreensão sobre essas ferramentas.
Exemplo 1: Landing Pages
As landing pages são as páginas alocadas no site da empresa onde você exibe a proposta de valor desse novo produto/projeto e pretende convertê-la para uma inscrição via e-mail, ou até mesmo uma venda. Portanto, a ideia é que você comece a partir de uma hipótese, esclareça sua métrica e use uma landing page de um produto ainda não existente para testar a tração do mercado para sua proposta de valor.
Por exemplo, seu time de inovação quer testar um novo produto que pode ser comprado online. Além disso, vocês podem criar a landing page desse novo produto mostrando como funciona, seu preço, vantagens e novidades e medir a taxa de pessoas que entra no site e clica em “Compre aqui” ou “Saiba mais”.
Além disso, você também pode fazer testes mais profundos utilizando essa metodologia. Por exemplo, tente um teste para avaliar se há ou não alguma demanda significante para sua proposta e adicione um formulário que peça ao usuário para enviar alguma informação já com viés de pagamento (cartão de crédito, e-mail para contato etc.). Portanto, com base na porcentagem de usuários que responderem, você pode fazer uma estimativa grosseira se há demanda suficiente para construir uma solução mínima ou se será necessário realizar mudanças na proposta de valor para atrair os clientes desejados.
Exemplo 2: Mágico de Oz
No Mágico de Oz, enquanto você simula um processo que posteriormente será automatizado, você realiza tarefas manuais para seus clientes.
Os clientes têm a impressão de que estão utilizando um produto finalizado e desconhecem os mecanismos manuais executados nos bastidores. Além disso, esse modelo de experimentação pode, muito provavelmente, levar mais tempo do que os processos automatizados, mas permite obter informações rapidamente com o desenvolvimento mínimo.
Nesse modelo, a grande vantagem é que você pode simular processos automatizados sem precisar desenvolver um projeto de software. Isso porque exigiria toda uma equipe e uma implementação sem a comprovação de que esse produto é desejável pelo mercado.
Um bom exemplo de mágico de Oz é um chatbot: a ideia é que o cliente em potencial converse com o chatbot imaginando que esteja realmente interagindo com um robô de resposta automática. No entanto, na realidade, uma pessoa do time de inovação está operando o backoffice e seguindo um script de respostas de acordo com as mensagens do cliente em potencial.
Caso queira entender de modo mais ilustrado esse exemplo, veja esse curto vídeo. Ele exemplifica com exatidão o conceito de uma experimentação de produto com o método do Mágico de Oz.
Exemplo 3: MVP
Com o MVP, você pode testar seu produto, validar ideias com potenciais clientes e convencê-los a pagar por ele antes de construí-lo completamente. Ou com todas as funcionalidades possíveis. Assim, você pode construir um MVP com qualquer ferramenta disponível, virtual ou fisicamente, que permita desenvolver recursos e/ou funcionalidades que necessitam de validação.
Por fim, a dica de ouro aqui é ter clareza sobre quais funcionalidades você testará e se concentrar nelas. Se o time de inovação está ideando um novo produto com uma dezena de funcionalidades, vale aqui escolher uma ou duas principais e focar nelas no momento do MVP. Dessa forma, validando as funções principais que sustentam o produto. Uma segunda fase de desenvolvimento será construir essas outras funções, mas já sabendo que a versão mais básica proposta foi aceita pelo mercado. Foque na ‘espinha dorsal’ do seu produto.
Temos outros artigos aqui no blog da Inventta sobre o tema MVP, com maior profundidade nessa ferramenta muito útil nas iniciativas de inovação. Deixo como sugestão o artigo de título “Tirando sua ideia do papel com um MVP em 7 passos”.
Se quiser aprender mais sobre esses exemplos e outros 15 padrões de experimentação, baixe nosso estudo ou entre em contato com nosso time de especialistas, teremos o maior prazer em te ajudar!