4 armadilhas da inovação: saiba como superá-las

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Ponto de partida: entendendo como os desafios se estabelecem

 

A inovação pode ser articulada no conceito de grandes ciclos ou ondas. O foco na inovação reflete, entre outros fatores, mudanças em condições econômicas e acontecimentos geopolíticos. Cada uma dessas ondas difunde novos conceitos, criando setores econômicos totalmente novos, e oportunidades de investimento e crescimento. O desafio está em driblar as clássicas armadilhas da inovação! 

 

 

Estes ciclos – apesar de inseridos em cenários e contextos distintos e das diferenças entre cada tipo de inovação presente – enfrentaram dilemas e desafios parecidos dentre as empresas que tropeçaram e tiveram resultados fracos em seus esforços para criar transformações importantes, as clássicas armadilhas da inovação.

A fim de evitar que as organizações hoje cometam os mesmos erros de suas antecessoras, é importante destacar quais são os principais erros e quais as lições aprendidas. Rosabeth Kanter, professora da Harvard Business School e autora de diversos livros nas áreas de estratégia, inovação e liderança, identificou – durante sua rica trajetória de mais de 25 anos prestando consultoria a empresas durante algumas destas grandes ondas – algumas armadilhas clássicas da inovação e o que se deve fazer para evitá-las.

 

As armadilhas clássicas da Inovação:

 

  1. Erros de estratégia

 

O conceito e a busca apenas pela disrupção pode colocar a ideia de inovação como algo fora do nosso alcance. Tentando criar soluções capazes de gerar o aumento da receita em centenas de milhões, muitas empresas acabam rejeitando oportunidades que inicialmente parecem pequenas demais. Essa política inibe as pequenas mudanças criativas, que embora sutis, podem somar resultados significativos.

Somado a este, outro erro comum é agir como se apenas os produtos (ou serviços) fossem importantes, quando na verdade as transformações e ideias novas surgem em diferentes áreas – como produção ou marketing – e estão atreladas a diversos processos.

Além disso, em muitos casos, ocorre que a busca frenética pela próxima novidade (centrada demais em produtos) dissipa a energia inovadora em uma série de projetos que se limitam a variações modestas e sem sentido nos produtos existentes – como quando diferentes tamanhos e sabores de um biscoito são lançados ao invés de criar-se um novo produto. Embora a falta de estímulo a pequenas ideias possa resultar na perda de grandes oportunidades, esta tática pode confundir o público e aumentar a complexidade operacional.

 

  1. Erros de processo

 

Aplicar controles rígidos – envolvendo planejamento, orçamento e avaliações com os mesmos moldes aos adotados nas atividades correntes – pode comprometer a continuidade e o sucesso do processo inovativo. A inovação exige várias apostas, por isso, é inevitável que haja desvios de rota, e imprescindível que as métricas utilizadas para demonstrar os resultados sejam estabelecidas de maneira original.

A propósito, ter uma cultura corporativa que recompense aqueles que fazem apenas aquilo que prometeram fazer, desencoraja mudanças até quando as circunstâncias são favoráveis.

 

  1. Erros de estrutura

 

A conexão fraca entre a frente de inovação e o restante da operação convencional representa um grande risco dentro da empresa, podendo trazer conflitos de culturas ou interesses e tolhendo importantes ideias. O exemplo mais radical é criar uma divisão separada da operação convencional, mas a serviço da base à qual pertence. Atuando de forma isolada, é pouco provável que a nova divisão consiga estimular grandes mudanças na organização como um todo.

Ainda que com as operações integradas dentro da companhia, é uma falha comum que se crie dois tipos de cidadão corporativo, os inovadores – que se divertem o tempo todo e estão livres de normas – e os executivos convencionais – aqueles que obedecem às regras e geram receita.

 

  1. Erros de habilidade

 

Com frequência, profissionais com maiores capacidades técnicas são escolhidos para cargos de comando mas não necessariamente são os melhores líderes. É então, suposto de maneira equivocada que a ideia falará por si só caso tenha valor, permitindo que se deixe de lado a habilidade da comunicação. Grupos formados sem a devida atenção às habilidades interpessoais sofrem dificuldade em tirar proveito dos diferentes pontos fortes de cada peça da equipe.

Somado a isso, a curta permanência de profissionais dentro das áreas de inovação e no desenvolvimento de novos projetos também é prejudicial. A confiança e a troca que conduzem boas ideias só se criam depois de algum tempo.

 

Soluções para driblar as armadilhas da inovação

 

Soluções de estratégia

É possível criar uma estratégia de inovação que fomente tanto as grandes apostas, quanto ideias de médio alcance e e ideias que parecem mais simples ou incrementais. Além disso, medidas que incluam avanços contínuos, ajudando a abrir a mente de todos na empresa, deixando-os receptivos a grandes transformações.O Modelo dos Três Horizontes é muito útil para priorizar iniciativas de inovação e ajudar a encontrar a melhor distribuição dos recursos. Para se manter competitiva no longo prazo, uma empresa deve direcioná-los em todos os três horizontes.

Soluções de processo

Um sistema de planejamento engessado, e com orçamentos restritos a categorias predeterminadas tolhe o esforço inovativo. Uma saída para que a inovação floresça fora dos ciclos normais de planejamento é reservar fundos para respaldar oportunidades inesperadas. Além disso, é importante ter claro que a inovação encontra obstáculos inesperados, portanto você precisa aplicar paciência e tratar cada projeto de forma original.

Soluções de estrutura

A empresa deve procurar estreitar os vínculos entre o pessoal das operações tradicionais e o pessoal dedicado à inovação. Os grupos de inovação têm a missão de contribuir para a atividade central da empresa e, ao mesmo tempo, buscar inovações para explorar novos territórios. Além do mais, a equipe de inovadores deve conter representantes das áreas tradicionais, dando conselhos e acompanhando as iniciativas criadas. Estruturas organizacionais flexíveis promovem equipes diversas em torno de soluções, e facilitam conexões.

Soluções de habilidade

Uma organização que objetiva sair-se bem em seus esforços para inovar, precisa estar muita atenta em relação a capacidade de liderança de quem estará no comando. O líder tem o papel de montar a equipe mais adequada e explorar o máximo potencial da integração entre os colaboradores. Assim como a visão, a criatividade é também uma competência técnica do líder. A valorização dos relacionamentos e a disciplina em mantê-los é primordial, especialmente entre as operações mais distintas.

 

A inovação entra e sai dos holofotes a cada nova onda. No entanto, muitas vezes o furor da inovação dá origem a execução e resultados insatisfatórios. Aprender com o passado é trivial para quem quer driblar as armadilhas da inovação e criar o futuro.

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