ESG: as três letras que estão mudando o mercado financeiro e tem tudo a ver com inovação.

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Já discutido no exterior há algum tempo e chegando com maior peso agora ao Brasil – impulsionado pela pandemia e as adaptações que as empresas tiveram que realizar nesse período – o ESG (Environmental Social Governance) trata de processos e ritos relacionados à três temas: Meio Ambiente, Social e Governança. Em especial nos últimos três meses, muito tem se falado sobre ESG em veículos especializados no mercado financeiro, do crescimento dos green bonds no Brasil e no mundo, e do movimento de corretoras lançando novos fundos relacionados ao impacto social e ambiental, investindo apenas em empresas que tenham compromisso com essas questões. Se você ainda não se deparou com alguma notícia sobre este tema, é certo que em breve isso acontecerá.

Com grandes empresas de tecnologia nos Estados Unidos surfando a onda da ESG, muitos têm se questionado sobre até que ponto este movimento é uma genuína preocupação com esses temas tão delicados ou apenas um modo para agradar os investidores de uma das maiores praças financeiras do mundo. Qualquer que seja a motivação, é importante entender o impacto dessas ações neste novo cenário em que estamos vivendo, e como elas podem auxiliar a sua empresa a ser mais inovadora e responsável em questões tão essenciais como o meio-ambiente, o bem-estar social e a da governança. A seguir vamos entender como cada uma dessas áreas têm relação com a inovação nas empresas, e como elas devem se apropriar dessas ideias para gerar valor, não apenas financeiro, mas para a sociedade em que vivemos.

 

Meio Ambiente

 

A sustentabilidade e a inovação estão ligadas através das diversas ferramentas e conceitos inovadores para desenvolver maneiras mais sustentáveis de lidar com uma companhia, desde seus processos internos, cadeia de fornecedores, até o desenvolvimento de novos produtos e entrada em novos mercados, sempre buscando manter a rentabilidade e a entrega de valor desejadas. A concepção de que uma empresa precisa sacrificar o meio ambiente sem contrapartida, esgotando diversos recursos naturais, para tornar-se mais competitiva e rentável, está cada vez mais ultrapassada. Os chamados Green Bonds, títulos que podem ser lançados por empresas que comprovam ter responsabilidade ambiental para financiar diversos projetos e iniciativas, têm crescido em ritmo acelerado no Brasil e no mundo, de acordo com os dados da CBI (Climate Bond Initiative):

 

 

A inovação e o desenvolvimento sustentável no ESG, devem ser pilares para as empresas nos próximos anos, entendendo a responsabilidade que tem em zelar pelo mundo em que as próximas gerações crescerão, estudarão e produzirão. Se o foco das empresas deve ser o crescimento no longo prazo, não podemos esquecer das condições que o mundo se encontrará neste futuro.

 

As iniciativas que conseguem agregar a priorização do meio ambiente à estratégia das empresas têm crescido: multinacionais da tecnologia como Apple, Amazon e Microsoft anunciaram metas para se tornarem neutras em carbono nos próximos anos, alterando suas operações com foco nesse objetivo. No setor de Oléo&Gás, gigantes como Total, Shell e British Petroleum, empresas com a imagem muito atrelada aos combustíveis fósseis e ao impacto negativo de seus produtos para o meio ambiente, também estabeleceram objetivos em se tornarem neutras em carbono nas próximas décadas, além de se comprometerem com o desenvolvimento de fontes renováveis de energia.

 

É um movimento sem volta, as empresas terão que lidar com seus impactos no meio ambiente, buscando inovar na maneira como se relacionam com o mundo em que vivemos. Se você quiser entender melhor o conceito multifacetado de desenvolvimento sustentável, leia nosso artigo sobre o tema: Inovando sustentavelmente: Como viver o desenvolvimento sustentável dentro das organizações.


Social

 

Semelhante forma ao desenvolvimento sustentável, a inovação no âmbito social busca desenvolver e gerenciar o negócio da companhia com preocupações e iniciativas relacionadas às pessoas e às empresas no ambiente em que está inserida. A ideia é maximizar o valor que as empresas entregam a seus colaboradores, clientes e sociedade, indo muito além do financeiro, considerando também pontos como inclusão, diversidade e cuidados com o colaborador, de forma a melhorar o ecossistema corporativo em que a empresa está inserida.

 

As empresas devem inovar na forma como lidam com a sociedade ao seu redor, olhando para dentro – a saúde de seus colaboradores, como diversificar seu time, como tornar o ambiente de trabalho mais leve e atrativo para novos talentos; e para fora – como pode impactar seus parceiros, o bairro ou cidade em que é sediada, etc. Vale citar que o primeiro fundo imobiliário ESG do Brasil financiará um hub de inovação na capital do nosso país, focado em inovação com impacto social e sustentável. É outro movimento sem volta, as empresas que não entenderem como entregar valor além do contábil, inovando e prezando pela sociedade, pela sua equipe, buscando a inclusão e a diversidade (pilares para uma boa inovação), irão se perder ao longo dos próximos anos. Além dos exemplos supracitados envolvendo sustentabilidade, gigantes como Intel e SAP estabeleceram metas para participação das mulheres em cargos de liderança nos próximos anos, em uma tentativa de diminuir a gigante desigualdade de gênero que ainda temos na maior parte das empresas ao longo do globo.

 

Governança

 

Por fim, a inovação e sua relação com a governança corporativa, que lida com o conjunto de práticas e ritos que devem ser adotados para tomada de decisões eficazes, legais e que atendam às necessidades dos stakeholders envolvidos. A governança se une à busca por impacto social e sustentável de qualidade uma vez que não há possibilidade de uma empresa buscar esses tipos de impacto e ao mesmo tempo lidar com uma liderança corrupta, escusa e com foco distorcido da realidade. Empresas envolvidas em corrupção e que não lidem de forma consciente e transparente com seus valores (sejam eles contábeis ou não), serão penalizadas cada vez mais pelo mercado, perdendo espaço para aquelas que buscam de maneira conjunta melhorar o ambiente social, prezar pela sustentabilidade e ter uma gestão de processos, pessoas e projetos cada vez mais comprometida com os aspectos legais e regulatórios envolvidos em suas atividades.

 

Uma liderança inovadora, transparente e que busque sempre os meios legais para se desenvolver irá atrair cada vez mais a confiança dos agentes do mercado, promovendo um melhor ecossistema e se destacando. Se você quiser entender mais a importância de uma liderança comprometida com a inovação e os valores que devemos buscar para o futuro, acesse nosso artigo: O papel do Líder na inovação.

 

ESG estará, inevitavelmente, cada vez mais presente no dia a dia corporativo. Quanto à sua empresa, de que forma você acredita que ela lidará com isso?

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